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Crimes de racismo aumentaram quase 80% em um ano em Goiás

Os crimes de racismo em Goiás aumentaram 77,1% em um ano, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. A comparação de dados de 2020 e 2021 mostra que o estado também teve aumento de 26,3% nos casos de injúria racial.

Os dados foram divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e atualizados no último dia 2 de agosto deste ano. No documento consta que, com essa alta, Goiás se torna o oitavo estado com maior aumento no número de registros em casos de racismo no país.

Em números absolutos, a divulgação dos dados mostrou que, em 2020, Goiás teve 34 ocorrências de racismo. Já no ano seguinte, esse número subiu para 61. Quanto ao crime de injúria racial, Goiás teve 480 ocorrências em 2020 e 614 em 2021.

Aumento na violência

Uma decisão de outubro de 2021, do Supremo Tribunal Federal (STF), equiparou o crime de injúria racial ao de racismo, o considerando passível de punição a qualquer tempo.

Segundo o Código Penal, a injúria racial é a ofensa à dignidade ou ao decoro em que se utiliza palavra depreciativa referente a raça e cor com a intenção de ofender a honra da vítima.

Já o crime de racismo, previsto em lei, é aplicado se a ofensa discriminatória é contra um grupo ou coletividade. Segundo o artigo 5º da Constituição, o racismo é inafiançável e imprescritível.

“Quando você tem alguém que é racista, não é só aquela pessoa que é racista, o grupo social que ela convive é racista”, explica o delegado Joaquim Adorno.

De acordo com o delegado, desde que foi criado, em agosto de 2021, o Grupo Especializado no Atendimento às Vitimas de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Geacri) já abriu quase 200 inquéritos. Deles, ele diz que quase todos foram concluídos e enviados à Justiça.

Ele também explicou a importância das vítimas denunciarem e sempre procurarem a delegacia com a maior quantidade de provas possível.

“Verifique quem são as pessoas próximas, porque elas podem ser testemunhas. Se foi pela internet, tire print de tudo, grave com o celular”, orienta o delegado.

*Por Gabriela Macêdo

Fonte: G1 Goiás

Foto: Reprodução/Portal CM7