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Aulas totalmente presenciais não serão retomadas em Goiás até que haja vacinação em massa, garante Fátima Gavioli

A retomada das aulas tem gerado diversos debates entre a área da saúde e da educação. Em Goiás, assim como no Brasil, há um aumento exponencial no número de casos em 2021, fato que motivam os debates. Entretanto, não existe a menor chance de retorno total das aulas presenciais neste ano em Goiás, foi o que garantiu Fátima Gavioli, secretária Estadual de Educação, em entrevista ao Jornal Opção. Segundo a secretária, o ensino será feito de maneira híbrida até que haja a vacinação em massa no Estado. 

Atualmente, a capacidade de alunos permitidos dentro de cada sala de aula é de 30%, liberado pelo COE. Entretanto, caso em algum momento haja a diminuição dos casos, o comitê irá aumentar esse percentual de forma gradual e o aumento será acompanhado pela secretaria. “A medida que a gente vai conseguindo vencer essa alta de contaminação e ocupação de leitos, aí o COE vai aumentando, hoje está em 30%”. 

Até que haja a liberação da capacidade total de alunos em sala de aula, os conteúdos serão trabalhados além da sala de aula, pela televisão, rádio e pelo Net Escola, portal que os alunos acessam para receber os conteúdos. A partir dessas ferramentas serão realizados o reforço e nivelamento dos conteúdos que os estudantes perderam em 2020. 

Segurança

Uma das discussões acerca do retorno às aulas é a questão da segurança nas escolas. Segundo a secretária, existe um protocolo aprovado em 2020 e que todas as escolas estaduais estão recebendo verbas para adequarem os espaços a esse protocolo. “Com essa verba eles estão adquirindo álcool, tapete sanitizante, termômetros, pias. Nós tivemos uma boa experiência no final do mês de janeiro e durante fevereiro, quando as escolas estavam trabalhando no sistema híbrido e estavam organizadas”, explicou a secretária sobre a adaptação das escolas estaduais ao protocolo. 

A secretária destacou a colaboração dos alunos, principalmente as crianças para que o protocolo funcione. “De cada 10 crianças, apenas uma pode ser chamada a atenção por não querer lavar a mão ou porque quer abraçar os colegas, mas 90% das crianças não têm dado trabalho em relação ao cumprimento do protocolo”. Entretanto, apesar do grau de consciência das crianças em relação aos protocolos, a secretária destacou que existem profissionais prontos nos colégios para garantir o cumprimento dos protocolos. “A partir do momento que a criança entra pelo portão, nós colocamos um inspetor de pátio para orientar e acompanhar os alunos”, salientou. 

Prejuízo no aprendizado

Para Fátima Gavioli, o prejuízo no aprendizado dos alunos é inevitável, porém neste momento, as aulas por outros meios é o que pode ser feito. “É impossível substituir um professor presencial, ainda que você tente dar aulas pela televisão, rádio, televisão, portal, é impossível”.

Na visão da secretária, os prejuízos em relação à educação por conta da pandemia irão demorar para serem reparados e que não existem medidas que possam ser tomadas de imediato para reparar os prejuízos. “Esse prejuízo será corrigido dentro de 3, 4, 5 anos, não há nada que possa ser feito de imediato”, lamentou Fátima Gavioli. 

Alimentação

Para vários alunos do sistema público de ensino, a refeição feita na escola é a única do dia. Com o ensino remoto, os alunos perderam este momento importante do dia. Entretanto, o governo estadual encontrou formas de contornar mais um prejuízo causado pela pandemia.

“O Governo do Estado de Goiás fez uma complementação de R$ 42 milhões para essa alimentação escolar. Do preço que está o mantimento, o kit custou cerca de 24 reais, esse é o valor de uma criança na escola pública. Com esse valor nós estamos conseguindo entregar aos pais dos alunos arroz, feijão, óleo, biscoito, macarrão, é isso que nós temos conseguido”, explicou. 

Fonte: Jornal Opção

Foto: Fernando Leite/Jornal Opção