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Operação Mata Atlântica em Pé é concluída em Goiás e aplica cerca de R$ 400 mil em multas por desmatamento em 5 municípios

Em Goiás, foi concluída na última sexta-feira (22/9) mais uma edição da Operação Mata Atlântica em Pé, com a constatação de mais de 60 hectares desse bioma desmatado ilegalmente em 5 municípios goianos. No total, foram lavrados autos que somaram R$ 396.600,00 em multas.

A operação é uma ação do Ministério Público brasileiro que busca combater o desmatamento e recuperar áreas degradadas de Mata Atlântica no País. As ações de fiscalização ocorreram simultaneamente em 17 Estados da Federação que possuem cobertura desse ecossistema – o que incluiu Goiás – e são coordenadas nacionalmente pelo Ministério Público do Paraná. Assim, os dados nacionais serão divulgados somente no dia 29 de setembro, data em que todos os demais Estados devem concluir a operação.

No Estado de Goiás, a Operação Mata Atlântica em Pé foi realizada em parceria com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) e Batalhão Ambiental da Polícia Militar. A operação foi deflagrada entre os dias 18 e 22 de setembro, nos municípios de Cachoeira Alta, Quirinópolis, Goiatuba, Buriti Alegre e Corumbaíba.

Além dos 6 alvos previamente repassados pelo MP do Paraná e encaminhados pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) aos órgãos de fiscalização, a Semad encontrou outros 22 focos de desmatamento. Esses outros focos foram localizados por meio de inteligência de análise espacial, imagens de satélite e técnicas de geoprocessamento e, com isso, houve incremento nos resultados ambientais.

Foram apreendidos equipamentos e ferramentas utilizados para promover o desmatamento na região, como motosserras, além de madeira extraída ilegalmente. Detectados os ilícitos ambientais, os responsáveis são autuados e podem responder judicialmente nas esferas cível e criminal, além de estarem sujeitos às sanções administrativas relacionadas aos registros das propriedades rurais.

Dados mostram aumento da perda de mata nativa

Dados do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica – cuja última atualização é de maio deste ano – mostram uma perda de 20.075 hectares (o que equivale a 20 mil campos de futebol) de florestas nativas no período 2021-2022. Apesar de representar uma redução de 7% em relação a 2020-2021 (21.642 hectares), a área desmatada é a segunda maior dos últimos seis anos e está 76% acima do valor mais baixo já registrado na série histórica – de 11.399 hectares, entre 2017 e 2018.

Historicamente, os Estados que apresentam os maiores índices de desmatamento são Minas Gerais, Bahia e Paraná. Segundo o levantamento, apenas 0,9% das perdas ocorreram em áreas protegidas, enquanto 73% aconteceram em propriedades privadas – reforçando que as florestas vêm sendo destruídas sobretudo para dar lugar a pastagens e culturas agrícolas. A especulação imobiliária, especialmente nas proximidades das grandes cidades e no litoral, também é apontada como outra das causas principais.

Goiás possui 3% de seu território coberto pelo bioma Mata Atlântica, um dos que têm menor representação de remanescentes. Ou seja, foi um dos mais desmatados ao longo da história do Brasil. 

*Por Cristina Rosa/Assessoria de Comunicação Social do MPGO

Foto: Semad e Ibama)