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Cirurgias plásticas chegam a 2 milhões no Brasil

Uma estimativa da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) revela que, no Brasil, mais de 2 milhões de pessoas realizaram procedimentos cirúrgicos em 2023. Os dados superam o último levantamento da entidade, em 2018, quando a média anual foi de 1,5 milhões de pacientes submetidos aos procedimentos. As cirurgias plásticas vêm se tornando cada vez mais acessíveis, tanto por motivações estéticas quanto para a correção de traumas.

Por sua popularidade, é comum que alguns cuidados sejam deixados de lado na hora de realizar uma cirurgia. Entretanto, o médico cirurgião plástico, Hugo Santos, membro especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, ressalta que etapas não podem ser queimadas. “O primeiro passo é conferir se o médico tem registro junto ao Conselho Federal de Medicina. E essa pesquisa pode ser feita na internet, no portal do CFM”, pontua. “Em seguida é consultar se o hospital, ou a clínica, é um local adequado para a realização da uma cirurgia. Após a consulta, será pedido um pré-operatório. O paciente precisa fazer essa avaliação criteriosa para ver se há condições de realizar o procedimento de cirurgia plástica com segurança”, alerta.

Em ranking mundial, o Brasil ocupa a segunda posição como País em que são realizadas mais cirurgias plásticas, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. As mulheres representam 70% das procuras. Entre elas, os tipos de cirurgias plásticas em alta estão as de contorno corporal, como lipoaspiração e abdominoplastia, e as cirurgias de mama, como prótese de silicone e mastopexia (levantamento das mamas). No caso dos homens, em um período de cinco anos, a parcela masculina saltou de 5% das cirurgias realizadas no País para 30%, representando um aumento significativo de 72 mil para 276 mil procedimentos anualmente. Ginecomastia (redução das mamas masculinas), lipoaspiração (remoção de gordura localizada), rinoplastia (cirurgia no nariz) e blefaroplastia (a redução do excesso de pele na região dos olhos) são os procedimentos mais buscados por eles. 

Apesar disso, nem todos podem passar por esses procedimentos, explica o Hugo Santos. Segundo o médico, existem uma série de contraindicações, como gestante, obesidade e comorbidades descompesadas. “Para pacientes com IMC (índice de massa corporal) acima de 30, é recomendado que haja perda de peso antes da cirurgia. Além de contraindicação relativa para pacientes com hipertensão arterial, diabetes, problemas cardíacos, neurológicos. Além disso, não é recomendada a realização de muitos procedimentos em um só ato cirúrgico, visto que se deve evitar permanecer muito tempo na sala de cirurgia, a fim de evitar complicações”, avalia.

De acordo com Hugo Santos, os pacientes devem melhorar os hábitos de vida antes da cirurgia. “É importante suspender a ingestão de álcool e o uso de tabaco, praticar exercícios e ter uma alimentação saudável”, afirma.

Riscos

O cirurgião plástico afirma que dentre as intercorrências mais comuns em decorrência de cirurgia plástica estão os seromas, hematomas, edemas, equimoses. “Apesar de serem consideradas complicações menores, é preciso avaliar e ficar atento, pois cada paciente apresenta um risco para determinada cirurgia, a depender do tipo do procedimento, da idade do paciente, seus fatores de risco”, esclarece.

O tromboembolismo pulmonar é uma das complicações mais temidas durante o procedimento. Decorre de uma alteração do paciente em sua coagulação associada ao trauma cirúrgico. “Para evitar essas complicações, existem algumas precauções, como os exames pré-operatórios, a realização da cirurgia dentro do tempo adequado, o uso de acessórios e medicações adequadas e fisioterapia, quando necessário”, assegura o cirurgião plástico.

Quando o assunto está voltado para os cuidados pós-operatórios, Hugo Santos reforça que é preciso respeitar o repouso. “Nele, normalmente, o paciente faz fisioterapia, seja visando a prevenção de uma doença, como o tromboembolismo, ou para reduzir edemas, inchaços, alterações que ocorrem no corpo após a cirurgia”, ressalta.

O cirurgião plástico aponta ainda que se o paciente segue todas as orientações médicas, a chance de sucesso é grande. No entanto é muito importante que haja um canal de comunicação direta entre médico ou responsável da equipe e paciente. “Vamos supor que o paciente esteja com falta de ar ou tossindo no pós-operatório. Pode ser desde um resfriado até o sintoma inicial de uma embolia pulmonar. Se o paciente relata para o médico assistente ou responsável, ele tem condições de fazer um raio-x ou tomografia para descartar um problema mais grave”, exemplifica.

*Por Italo Wolff

Fonte: Mais Goiás

Foto: Canva/Imagem Ilustrativa