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Doses da CoronaVac vendidas por app em porta de supermercado foram furtadas de câmara fria da SES, diz secretário de Segurança

As doses da CoronaVac que estavam sendo vendidas via aplicativo de celular em frente a um supermercado em Senador Canedo, na Região Metropolitana de Goiânia, foram furtadas de dentro de uma câmara fria da Secretaria Estadual de Saúde (SES). O anúncio foi feito em entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira (8).

Um suspeito de 28 anos foi preso com três ampolas guardadas dentro de um pote plástico com gelo, na porta do supermercado, na quarta-feira (7). A polícia achou uma caixa com 17 ampolas na geladeira da casa dele.

Em relação ao segundo preso na madrugada de quinta-feira (8), em Goiânia, a polícia concluiu que ele recebeu oferta de parceria nas vendas por parte do primeiro suspeito, que prestou serviço na casa dele e viu documentos e cartões falsificados. O homem afirma que não aceitou a proposta.

“Ele foi preso em flagrante por estelionato diante dos documentos e cartões falsos encontrados na casa dele”, disse Miranda.

Agora que a Polícia Civil rastreou o lote da vacina, o homem que foi preso com ampolas na porta do supermercado vai ser investigado pelo furto. Como o suspeito é técnico em refrigeração, a investigação suspeita que a empresa para qual ele trabalha tenha sido chamada para um conserto em uma câmara fria da SES.

O secretário estadual de Segurança Pública, Rodney Miranda, disse que o suspeito esteve na câmara fria em duas ocasiões. Na primeira vez, teria furtado quatro ampolas, que já foram vendidas, segundo o próprio suspeito.

“Temos provas consistentes de que o autor do furto foi o primeiro preso. Ele se aproveitou da condição de técnico da empresa terceirizada chamada para adentrar no local e fazer o furto de ampolas”, explicou Miranda.

No último sábado (3), chegaram mais doses para o estado distribuir e o suspeito foi chamado na terça-feira (6) para fazer reparos por causa de uma forte chuva que danificou um sistema da câmara fria.

“Foi quando ele furtou mais uma caixa, que é a que ele tentava vender e foi surpreendido pela Guarda Civil e pela Polícia Militar”, destacou o secretário.

A polícia trabalha para encontrar as pessoas que compraram as doses vendidas por ele. O secretário informou que o suspeito admitiu ter recebido pagamentos por meio de transferência com o pix, o que deve facilitar a localização dos compradores.

A investigação aguarda somente a Justiça de Goiás autorizar judicialmente os agentes verificarem os pagamentos e recebimentos na conta bancária do suspeito.

“Nós vamos chegar nessas pessoas. É importante que se diga que essas pessoas cometeram crime de receptação qualificada e contra a saúde pública. Além disso, elas dificilmente estarão imunizadas porque o acondicionamento das ampolas retiradas da câmara fria foi irregular”, pontuou Miranda.

As doses apreendidas continuarão em posse da Polícia Civil, apesar de confirmarem que as vacinas são originais.

Revisão da segurança

Diante da falha de segurança na sede da Secretaria de Saúde, Rodney Miranda disse que a pasta vai reavaliar todo o esquema de vigilância nas câmaras frias.

Possivelmente, a pasta deve colocar um técnico de vigilância quando algum prestador de serviço terceirizado precisar fazer manutenção nos equipamentos.

A SES havia dado falta das ampolas há alguns dias. Miranda disse que a pasta envia caixas fechadas e ampolas separadas para as Regionais de Saúde e estava checando se as doses sumidas haviam sido enviadas para algum município.

O secretário de Saúde de Goiás, Ismael Alexandrino, que participou da entrevista, disse que o suspeito consertou o ar condicionado de uma câmara fria.

Fonte: G1 Goiás

Fotos: Divulgação/PM / Fábio Castro/TV Anhanguera