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Com novo corte de R$ 20 milhões no orçamento, UFG pode fechar as portas a partir de setembro deste ano

A verba disponível para investimentos e manutenção das universidades federais em 2021 caiu ao patamar de 2004. No entanto, o Brasil agora tem mais que o dobro de alunos de 17 anos atrás. A lei orçamentária de 2021 foi sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), após tensa negociação com o Congresso, com veto de quase R$ 30 bilhões à proposta aprovada pelos parlamentares.

Em nota, a Universidade Federal de Goiás (UFG) afirma, diante do cenário de redução de recursos que a instituição vem enfrentando, o corte adicional de 18% estabelecido na Lei Orçamentária Anual (LOA) 2021agravará ainda mais a situação orçamentária, podendo causar o fechamento da Universidade a partir de setembro de 2021.

“A LOA 2021 promove um corte de R$ 20 milhões em um orçamento que já estava defasado. Para efeitos de comparação, em 2014, o orçamento para as 69 universidades federais era de R$ 7,4 bilhões. Em 2021, ele foi reduzido para R$ 4,3 bilhões. As universidades federais possuem, atualmente, 150 mil alunos a mais do que em 2014.”

Em relação ao ano passado, a redução de recursos às universidades chegou a 18% — uma queda de R$ 1,2 bilhão, segundo a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). Além disso, foram bloqueados 13,8% do orçamento aprovado neste ano, com o congelamento de R$ 2,7 bilhões (o que representa 29,4% do total bloqueado no Orçamento, o maior percentual entre os órgãos).

De acordo com as informações disponibilizadas pela UFG, o quadro é agravado pelo fato de o orçamento estar dividido em duas partes. Os recursos podem ser, eventualmente, desbloqueados e executados ao longo do ano. Neste cenário, apenas 40% dos recursos estão disponíveis, e os outros 60% estão condicionados a uma aprovação futura do Congresso Nacional.

A manutenção mensal da UFG custa cerca de R$ 7 milhões. Com o novo corte de R$ 20 milhões, a universidade perde 3 meses de autonomia e pode terminar o ano com uma dívida de R$ 30 milhões. Destaque-se que os fornecedores podem suspender os serviços após 3 meses de atraso.

“A situação é dramática e os reitores estão mobilizados para buscar uma solução. Enfrentando constantes cortes em seus orçamentos nos últimos anos, as instituições foram deixando de fazer uma série de manutenções por conta da falta de verbas. Diversos servidores terceirizados perderam seus empregos. Com os novos cortes, o impacto começa a chegar na sala de aula, atingindo diretamente os estudantes por meio da redução de recursos para bolsas de pesquisa e de permanência e projetos de extensão”, informa a UFG.

Fonte/Foto: Jornal Opção