Sem categoria

Cremego interdita ginecologista suspeito de crimes sexuais e o proíbe temporariamente de atender em todo o país

O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) interditou o ginecologista Nicodemos Júnior Estanislau Morais, de 41 anos, investigado por crimes sexuais. Com isso, ele fica temporariamente proibido de exercer a medicina no Brasil. Morador de Anápolis, o médico é investigado por importunação sexual, violação sexual mediante fraude e estupro de vulnerável.

A decisão ocorreu na terça-feira (5) após uma reunião do conselho e foi comunicada a Nicodemos na noite desta quarta-feira (6). Com a interdição, Nicodemos fica impedido de atuar como médico até a conclusão do processo ético-profissional. Segundo o Cremego, a interdição é válida por seis meses e pode ser prorrogada.

De acordo com o Cremego, a interdição cautelar é um procedimento adotado pelos Conselhos Regionais de Medicina para “restringir o exercício da profissão por médicos cuja ação ou omissão esteja prejudicando gravemente a população, ou na iminência de fazê-lo”.

Em nota, o conselho informou ainda que tomou conhecimento do caso após a prisão do profissional e que logo iniciou os procedimentos para a apuração da conduta do ginecologista e obstetra no exercício profissional. Além disso, o Cremego disse que a apuração tramita em sigilo.

Solto após decisão judicial

Nicodemos Júnior foi preso no dia 29 de setembro após a denúncia de três vítimas. No dia 4 de outubro, o médico ganhou liberdade provisória. Ele está usando tornozeleira eletrônica, não pode entrar em contato com as vítimas nem fazer consultas.

O Ministério Público de Goiás recorreu da decisão de soltura do médico. No documento, a promotora de Justiça Camila Fernandes Mendonça apontou que, se for mantida a prisão preventiva do médico, isso poderá possibilitar novas denúncias.

No recurso apresentado pelo MP, o principal motivo argumento usado pelo juiz para soltar o médico é que numa eventual condenação, ele cumpriria pena em regima aberto ou semiaberto. Mas para a promotora, os crimes pelos quais é investigado são suficientes para mantê-lo preso em regime fechado.

“O Ministério Público entende que a decisão que concedeu liberdade provisória ao recorrido, com aplicação de medidas cautelares, está equivocada porque ignorou os relatos de mais de 50 vítimas, bem como porque continuam presentes os motivos que ensejaram a decretação da prisão preventiva”, disse a promotora.

*Por Danielle Oliveira

Fonte: G1 Goiás

Foto: Polícia Civil de Goiás