Sem categoria

Dois servidores são denunciados por desvio de peças de veículos usados no transporte escolar em Bela Vista de Goiás

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) denunciou dois servidores por desvio de peças de veículos do transporte escolar de Bela Vista de Goiás. Conforme o documento, eles vendiam combustível, pneus, som e outros acessórios, além de aparelhos de ar-condicionado. O MP também ajuizou ação civil pública contra os dois por improbidade administrativa.

Em nota, a defesa do servidor denunciado Delizon Ramos de Jesus Júnior disse que ele confessou o crime, colaborou com as investigações e que vai ajudar a ressarcir todo o prejuízo causado à prefeitura.

O advogado do outro servidor, Dêivide Joviano Guimarães Gomes, não foi encontrado pela reportagem.

A Prefeitura de Bela Vista de Goiás disse, em nota, que assim que ficou sabendo da falta dos equipamentos fez um boletim de ocorrência e ainda abriu um processo administrativo. O município ainda que reforçou a vigilância nos locais onde os furtos foram registrados. A prefeitura disse que “espera que os culpados sejam punidos e que o erário seja ressarcido em totalidade”.

A denúncia foi feita pelo promotor de Justiça Augusto Henrique Moreno Alves, que, na quarta-feira (3), também ajuizou a ação civil pública por improbidade. No documento, ele requereu que Dêivide e Delizon sejam condenados pela prática de improbidade administrativa em continuidade delitiva e ao pagamento de R$ 200 mil por dano moral coletivo. Além disso, o promotor identificou os prejuízos:

  • R$ 41,6 mil referente a 32 aparelhos de ar-condicionado não recuperados subtraídos por Delizon;
  • valores referentes à subtração de combustível dos veículos do transporte escolar, além de peças e componentes, como pneus, rodas, macacos, aparelhos de som e óleo de motor, efetivados por Dêivide;
  • R$ 5,5 mil referente ao valor pago pelos combustíveis e óleo motor vendidos por Delizon.
MP estima prejuízo de mais de $ 41,6 mil referente a 32 aparelhos de ar-condicionado não recuperados — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Conforme o MP, os dois denunciados aproveitaram da “facilidade” que tinham por serem funcionários da prefeitura para cometer os crimes. Dêivide, que ocupou o cargo de coordenador de transporte escolar de janeiro de 2017 até julho de 2020, tinha acesso a todos os ônibus da Secretaria Municipal de Educação e subtraía os bens e os revendia por preços abaixo daqueles praticados no mercado.

“Dêivide retirava combustível dos tanques dos ônibus e colocava em tambores, o que possibilitava o transporte e a venda. Além disso, substituía pneus em bom estado de conservação por outros velhos, além de subtrair óleo de motor e peças dos veículos e posteriormente revendia a terceiros”, relatou o promotor.

Em julho de 2020, Dêivide pediu exoneração para concorrer ao cargo de vereador e indicou Delizon ao cargo. Após assumir, em agosto de 2020, Delizon deu continuidade à prática delitiva até maio de 2021.

“Assim que assumiu o cargo, Delizon deu continuidade à prática delitiva de seu antecessor, apropriando-se de combustível, pneus e outros acessórios de automóveis e vendendo-os por preços atrativos, abaixo do valor de mercado”, descreveu o membro do MP.

Ainda nos documentos, o Ministério Público instaurou um procedimento administrativo para acompanhar as providências adotadas pela prefeitura e solicitou que seja feita uma auditoria envolvendo os anos de 2017 a 2021 para verificar os danos causados.

O promotor também pediu que seja estabelecida uma nova forma de controlar o abastecimento de veículos e de óleo motor, elaboração de relatórios mensais informatizados de consumo de combustíveis e despesas de manutenção da frota, bem como de parâmetros de consumo médio de cada veículo.

*Por Danielle Oliveira

Fonte: G1 Goiás

Fotos: Ministério Público de Goiás / TV Anhanguera